Educação é algo tão abrangente e, ao mesmo tempo, tão básico!
A formal depende de um grande e abrangente conjunto estrutural: escolas, professores (as), material didático, leis, recursos financeiros, vontade política, etc.. A informal, básica, diga-se, de berço, só depende da família e da própria pessoa.
E, temos visto publicamente que, nem sempre quem tem aquela formal, mais complexa, exerce a básica: provavelmente, não a recebeu da família ou a excluiu de sua vida. Lamentável!
Por outro lado, vemos educação fina em pessoas que não frequentaram uma faculdade ou nunca foram a uma escola! Louvável! A maioria da população se encaixa aqui.
Os contrastes de nossa humanidade!
Até o ingresso na primeira escola, todo o conhecimento só pode ser recebido através de nosso pai, nossa mãe, nossa família, alguns amigos... Claro, as primeiras informações, os primeiros ensinamentos, os bons exemplos, são imprescindíveis para as nossas vidas! É o que nos torna gente, capaz de conviver, de se relacionar, de compreender, de respeitar e ser respeitado (a). Aprendi as bases da educação, dos direitos, dos deveres, que me fazem ser gente de verdade. E olha que meu papai era analfabeto e minha mamãe só tem a quarta série “de grupo”, ou seja, o antigo primário. Mas me ensinaram!
Entretanto, poder ler todas as marcas de sabonetes, as placas das lojas, todos os nomes das ruas, dos ônibus, as revistas, os jornais, os livros!!! Ah! É como se a partir daquele instante, a gente passasse a ver o outro mundo, a outra vida! Lembro-me, com muita emoção, de minha alfabetização. Cada letra, cada sílaba, a leitura e a formação das palavras... Ah! Minhas primeiras professoras! Claro que todas as fases da vida são novidades, são aprendizado, são riqueza, mas, a alfabetização, para mim, é um divisor de águas!
É-me tão forte esta etapa em minha vida que, pouco me lembro de minha história, antes de meus 06 anos de vida, lembro-me dos ensinamentos. Não sei a sensação das outras pessoas, mas é esta a minha.
O Poder de decifrar 23 (depois 26) símbolos, as letras de nosso alfabeto, uni-las, separá-las, como numa brincadeira de monta e desmonta, fazer, desfazer, refazer diferente: janela, jaula, nela, la, Jane, ... amora, ramo, amor, Roma... cola, tela, taco, chicote, late, chocolate. Já,, jabuti, jabá, jabuticaba. Letras: instrumento poderoso, com o qual, tem sido escritos livros e mais livros, nos mais diversos idiomas...
Com estas gostosas lembranças, sinto a angústia de nossas(os) irmãs(ãos) que ainda hoje, no Brasil ou fora, não sabem ler e escrever. Que desafio aos nossos governos! Houve a época do Mobral, vejo hoje outros programas como EJA, Projovem, etc.. Mas, não sei por que, um grande número de pessoas ainda não se interessa. É certo que, em algumas regiões, são tantas as dificuldades para elas se deslocarem até a escola que, realmente, podem desanimar. Mas, mesmo com facilidades, incentivos, muitos não se animam. Que pena! Acho tão absurdo alguém não ter interesse em aprender a ler que vejo aí um caso para uma profunda pesquisa. É certo também que, após certa idade, a própria pessoa acha-se incapaz de aprender, o que não é verdade, basta ter métodos diferentes de quem ensina. E isto só se convence a pessoa que experimentar. É impressionante a capacidade que cada ser humano tem de aprender qualquer coisa pela qual se interesse, em qualquer idade, basta ter os meios.
Bem. Apesar dos esforços de alguns governos, creio que este objetivo, o da educação básica para todos depende muito também de cada um(a) de nós. Como? É certo que há sempre alguém analfabeto ou semianalfabeto que a gente conheça. Se procurarmos esta(s) pessoa(s) de nosso relacionamento e, gentilmente, a(s) ajudarmos, a(s) convencermos de que é bom, é possível, é fácil aprender, quem sabe atingiremos este objetivo bem rápido? E, melhor, com um especial orgulho, já que é um dos objetivos de desenvolvimento do milênio para toda a humanidade! No espaço Cidadania desta semana, há dicas fáceis e importantes para que participemos.
É falar e fazer! Ou melhor, é escrever e fazer! Já vou fazer uma listinha e dar o primeiro passo. E você?
Consulte as opções que a Secretaria de Educação de sua cidade disponibiliza atualmente e vamos ser agentes voluntários pela educação para todos (as)! Podemos informar, divulgar, convencer e, até - quem sabe? – educar! A educação familiar, “do berço”, cabe a cada família, a responsabilidade. Já na educação formal, nosso apoio pode valer ouro!
Amiga leitora, amigo leitor, como já comentei em outros momentos, pequenas ações podem fazer uma grande diferença, trazer uma grande vitória! Vamos assumir este desafio?
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