A comemoração de acontecimentos importantes de passado bem remoto, e, ao mesmo tempo, bem presente, traz-me sempre novos sentimentos!

Nesta semana em que lembramos a Proclamação da República em nosso país, volvo meu pensamento àquela época. Apesar da “liberdade” em relação a Portugal, o povo sofria muito, pois havia “mordomia” para poucos, a começar pela família imperial, que mantinha subjugada a maior parte da população. Um ano antes, com a abolição da escravatura que, como toda lei, nunca é cumprida à risca e imediatamente, aqueles escravos foram jogados à sua própria sorte ou azar. Aprofundaremos isto em outro momento.

Dentre os brancos, como sabemos, poucos apoderaram-se de muitas terras, muitas vezes, com violência, expulsando os que ali trabalhavam. Forjaram títulos de posse, de propriedade. Ou conseguiam dos que estavam nos Poderes. Ora por “amizade”, ora por suborno, ora por ameaça... A cobrança abusiva de impostos já era realidade, a extorsão institucionalizada e legalizada...

Com uma população bem pequena, teria sido bem fácil eliminar as desigualdades, elevar todos á vida digna, mas... o egoísmo, a avareza, a insensatez, dentre outros males, cegaram quem poderia fazê-lo. Os poucos que se indignavam com aquela injustiça não tinham Poder ou, pelo menos, voz que pudesse ser ouvida.

Os anos se passaram... Hoje, passado mais de um século, muitas gerações depois,  o que vivemos é o reflexo em maior proporção daquela época: a população é maior, o progresso é maior, as necessidades, os desejos também, as dificuldades....

O que melhora é que as vozes que se indignam já podem ser ouvidas. Ainda que sejam poucas, de uma ou outra forma, nas rádios comunitárias, nos jornais livres, na mídia alternativa, nas redes sociais, enfim, há palavras, há frases... há vozes...

Vozes não só de indignação, mas de alternativas!

Nas Conferências, nos Congressos, nos Fóruns onde o objetivo é a justiça social, “pequenos batalhões de formigas”, esperançosas, perseverantes, determinadas, incansáveis, vão levando os ingredientes para o outro mundo possível!!! O mundo da justiça e da paz, para todas e todos! Eu sou uma formiguinha; e você?